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Viaja para além do medo. Descobre oito destinos para o Halloween — Salem, Cidade do México, Transilvânia, Edimburgo e muito mais — onde histórias reais inspiram tradições antigas.

O medo tem muitas faces. Esconde-se nas lendas, cintila à luz das velas e ecoa em rituais que sobreviveram ao passar dos séculos.

Viajar no Halloween significa atravessar aquele fino véu entre a história e o mistério, onde bruxas, espíritos e crenças antigas encontram-se com os vivos.

Esta não é uma viagem para te assustares. Pelo contrário. É uma viagem para entender por que temos medo e como cada cultura transforma esse medo em algo bonito.

De Salem a Lisboa: 8 destinos incríveis para descobrir no Halloween

Salem, EUA: Onde o medo se tornou memória

Museu das Bruxas de Salem, Salem, Massachusetts
©Pascal Bernardon / Unsplash

As ruas de calçada de Salem ainda vibram com histórias. Lanternas brilham em todas as janelas e o cheiro de sálvia queimada paira no ar. Mas por trás do teatro desta época do ano esconde-se uma verdade muito mais sombria.

Em 1692, a histeria tomou conta desta pequena cidade puritana norte-americana. Dezanove pessoas foram enforcadas após serem acusadas de bruxaria, vítimas da paranoia coletiva e do medo do desconhecido.

Hoje, Salem enfrenta o seu passado com uma honestidade quase terapêutica. O Museu das Bruxas de Salem e o Cemitério Burying Point lembram aos visitantes as consequências da superstição e do medo em massa.

Outubro traz o festival Haunted Happenings, uma mistura de história, teatro e memória. Mas por baixo dos chapéus pontiagudos e das fantasias, Salem sussurra uma mensagem simples: nunca deixes o medo ditar a justiça.

Melhor altura para visitar: as duas últimas semanas de outubro, quando toda a cidade se transforma num palco ao ar livre.

Cidade do México, México: onde a morte é uma celebração

Celebrações do Día de los Muertos num cemitério à noite
©Caleb Hernandez Belmonte / Unsplash

Nas ruas coloridas da capital, malmequeres florescem como pequenos sóis. Caveiras de açúcar sorriem nas bancas do mercado e famílias reúnem-se em torno de altares à luz de velas. Não é Halloween. É Día de los Muertos, uma das celebrações mais comoventes do mundo.

Com raízes nos rituais astecas e misturado com as tradições católicas do Dia de Todos os Santos, o Dia dos Mortos honra a vida através da morte. Os cemitérios tornam-se locais de risos, música e lembranças.

Em várias cidades, os moradores locais decoram os túmulos com comida, tequila e fotografias de entes queridos. A crença é simples: uma vez por ano, os mortos voltam para casa.

É uma celebração da continuidade, não da perda.

No México, a morte não é o fim; é apenas mais uma história para contar.

→ A não perder: O grande desfile em Zócalo e o pan de muerto acabado de sair do forno nas padarias locais.

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Transilvânia, Roménia: onde o mito do Drácula continua vivo

Castelo de Bran, na Transilvânia, Roménia
©Jorge Fernández Salas / Unsplash

O ar na Transilvânia parece diferente. Mais fresco, mais pesado, como se estivesse impregnado de séculos de lendas. Chega-se aqui à espera de dentes afiados e castelos e encontra-se uma narrativa muito mais assustadora do que a ficção.

A história começa com Vlad III da Valáquia, conhecido como Vlad, o Empalador, cujas táticas brutais contra invasores deram origem ao mito do Drácula. A sua realidade era mais sangrenta do que a imaginação de Bram Stoker.

No entanto, na sombra da sua lenda, a região revela uma beleza tranquila: o Castelo de Bran, situado no alto de um penhasco, as aldeias de Sibiu e Brașov, o nevoeiro que desce dos Cárpatos. Há uma serenidade misteriosa aqui.

A Transilvânia não tem a ver com vampiros, mas sim com a facilidade com que o mito se torna memória e como as histórias nos mantêm vivos muito tempo após termos partido.

→ Dica de viagem: Passa a noite perto do Castelo de Bran para fazer visitas guiadas à luz de velas e participar em noites de folclore local.

Edimburgo, Escócia: onde os fantasmas vagueiam pelas ruas

Paredes de pedra e telhados enevoados da Cidade Velha de Edimburgo numa manhã nublada.

Poucas cidades abraçam a escuridão com tanta elegância como Edimburgo. As antigas ruas de pedra, os cemitérios enevoados e as ruelas sinuosas parecem páginas arrancadas de um romance gótico.

É aqui que as assombrações reais se encontram com a imaginação literária. Diz-se que o Mary King’s Close, selado durante séculos após a peste, ecoa com passos invisíveis, e que o Greyfriars Kirkyard inspirou contos de espíritos vingativos e, talvez, até os nomes de Harry Potter.

Acima do solo, dançarinos com fogo e bateristas iluminam Calton Hill para o Samhuinn Fire Festival, que marca o Ano Novo celta.

O Halloween em Edimburgo tem menos a ver com sustos e mais com contar histórias, com fantasmas que fazem parte da memória da cidade, e não dos seus pesadelos.

→ Melhor experiência: Faz um passeio subterrâneo à noite ou participa da celebração do Samhuinn no dia 31 de outubro.

Nova Orleães, EUA: Onde o voodoo dança ao som do jazz

Placa da Bourbon Street no bairro francês de Nova Orleães, Louisiana.

Em Nova Orleães, o sobrenatural faz parte da vida quotidiana. O som das trombetas sai do French Quarter enquanto velas tremeluzem em altares de voodoo escondidos atrás das portas das lojas. Aqui, espiritualidade, ritmo e rebeldia misturam-se como um belo cocktail.

Com raízes nas crenças da África Ocidental trazidas pelos escravos, o voodoo misturou-se com rituais católicos para criar algo exclusivamente crioulo. Ao contrário da crença popular, não se trata de magia negra. É uma ponte entre mundos, uma fé construída sobre a reverência aos espíritos e aos antepassados.

No Halloween, desfiles enchem a Bourbon Street, bandas de jazz lideram procissões fantasiadas e tours exploram o Cemitério St. Louis, onde Marie Laveau, a famosa Rainha do Voodoo, descansa.

Em Nova Orleães, a morte e a dança compartilham o mesmo ritmo.

→ Dica: Visita o Museu do Voodoo e participa numa tour guiada ao cemitério para teres uma visão respeitosa da espiritualidade local.

Praga, República Checa: onde a alquimia encontra o gótico

A Ponte Carlos e o Castelo de Praga refletidos no rio Moldava ao entardecer.

Praga é uma cidade de sombras e símbolos. Ao entardecer, a Charles Bridge brilha sob as lanternas, com estátuas a observar silenciosamente enquanto o nevoeiro se ergue do rio Vltava. Este é o coração alquímico da Europa, um lugar onde a magia e a ciência outrora se entrelaçaram.

Na Idade Média, o imperador Rodolfo II atraiu místicos e alquimistas para a sua corte, em busca da vida eterna. Hoje, as lendas permanecem nas ruelas sinuosas da Cidade Velha e nas torres da Catedral de São Vito. Cada pedra parece assombrada… por ideias, obsessões e genialidade.

O Halloween aqui não é uma tradição importada; é simplesmente a desculpa perfeita para passear por uma cidade onde o passado nunca dorme por completo.

→ O que fazer: Explora o antigo cemitério judeu ao entardecer ou visita o Museu dos Alquimistas e Magos.

Sleepy Hollow, EUA: Onde o Cavaleiro Sem Cabeça ainda cavalga

Ponte de madeira e floresta outonal em Sleepy Hollow, Nova Iorque, evocando a lenda do Cavaleiro Sem Cabeça.
©Richard Hedrick / Unsplash

A apenas uma hora a norte de Nova Iorque, Sleepy Hollow parece suspensa no tempo. As folhas de outono rodopiam em torno das casas coloniais e a lenda do Cavaleiro Sem Cabeça permanece como o nevoeiro da manhã.

O conto de Washington Irving, de 1820, transformou esta pacata vila do Vale do Hudson numa das histórias de fantasmas mais famosas da América. No entanto, por trás da ficção existe uma paisagem real: colinas ondulantes, a Old Dutch Church e o Cemitério de Sleepy Hollow, onde o próprio Irving está enterrado.

Durante o mês de outubro, tours com lanternas, noites de contos e reconstituições dão vida ao mito. E quando os sinos da igreja tocam à meia-noite, vais jurar que ouviste o galope do cavalo.

→ Melhor momento: O Great Jack O’Lantern Blaze, com milhares de abóboras brilhantes ao longo do Hudson.

Lisboa, Portugal: onde as lendas sussurram pelas colinas

Sé Catedral de Lisboa, Portugal, com a fachada em pedra.
©Guillermo Vidal / Unsplash

Lisboa pode não aparecer nas listas típicas do Halloween, mas, por baixo das suas fachadas ensolaradas, esconde-se uma cidade tecida de antigas superstições. As ruas estreitas de Alfama ainda fazem ecoar as histórias das Mouras Encantadas, mulheres mouriscas que guardam tesouros escondidos.

Na Sé Catedral, os lisboetas acreditavam que as bruxas se reuniam em noites de tempestade para lançar feitiços a partir da colina.

Hoje, os portugueses celebram o Pão por Deus no dia 1 de novembro, uma tradição secular em que as crianças batem às portas para pedir pão e doces, muito semelhante ao «doce ou travessura». É uma versão mais suave e espiritual do Halloween, enraizada na memória e não no medo.

Lisboa lembra-nos que o mistério nem sempre se esconde na escuridão. Às vezes, ele vive à luz do dia, em histórias sussurradas pelas ruas de calçada portuguesa e pelo vento sobre o rio Tejo.

→ Segredo local: Explora o bairro da Mouraria ao entardecer para ouvir ecos fantasmagóricos de fado e lendas gravadas nas suas paredes.

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As origens do Halloween

Muito antes das abóboras e das fantasias, existia o Samhain, uma antiga tradição celta que marcava o fim da época das colheitas e o início do inverno. Acreditava-se que, nessa noite, a fronteira entre os vivos e os mortos se tornava mais ténue.

Quando o cristianismo se espalhou pela Europa, o Samhain fundiu-se com a véspera do Dia de Todos os Santos, mais tarde conhecida como Halloween. O resultado: uma mistura de crenças — parte pagã, parte cristã, parte cultura popular — que continua a evoluir até hoje.

Na realidade, cada destino que visitamos carrega a sua própria versão dessa mesma verdade: o medo é apenas um espelho. O que vemos nele depende do que escolhemos recordar.

Talvez seja isso que mais nos fascina no Halloween. Não as máscaras nem os monstros, mas as histórias que nos lembram o quão frágeis, curiosos e criativos somos.

Viajar nesta época não é perseguir fantasmas… É conhecer as pessoas que lhes deram nome.

Entre bruxas e santos, entre risos e perdas, todos os lugares revelam a mesma mensagem: Só tememos a escuridão até aprendermos a ouvi-la.

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Marlene é a criadora do Marlene On The Move. Jornalista de profissão, criou o blog para partilhar as suas aventuras pelo Mundo. Não é raro partir à descoberta de novos países e culturas com a prancha de surf como bagagem.

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