
Mercado Ferroviário e Mercado Flutuante: dois mercados tailandeses que tens mesmo de visitar
Quando imaginamos a Tailândia, pensamos em templos dourados, praias paradisíacas e sabores picantes. Mas há experiências que não se encaixam em nenhuma dessas categorias e ainda assim são absolutamente inesquecíveis.
Visitar o Mercado Ferroviário de Maeklong e o Mercado Flutuante de Damnoen Saduak é mergulhar num lado mais autêntico (e por vezes completamente caótico) do quotidiano tailandês. E, acredita, há muito mais por trás destas atrações do que apenas a foto perfeita.
A minha visita aos dois mercados (e por que vale a pena acordar cedo)
Acordei muito cedo em Banguecoque e parti num tour que prometia levar-me aos dois mercados em apenas meio-dia. Ainda meio adormecida e com o sabor do café na boca, não fazia ideia de que este seria um dos dias mais memoráveis da minha viagem de duas semanas à Tailândia.
A estrada de Banguecoque a Samut Songkhram, onde fica o Mercado Ferroviário de Maeklong, foi-se iluminando lentamente com o nascer do sol. No caminho, a vida enchia as salinas e as terras agrícolas por onde passávamos.
Quando chegámos, a guia certificou-se de que ficávamos num bom lugar junto aos carris, bem antes da hora. «O comboio chega às 8h30», disse ela. Olhei à minha volta e vi bancas cheias de frutas, peixe fresco e especiarias exóticas dispostas quase diretamente sobre os carris. «Como é que isto vai funcionar?», pensei.

Maeklong Railway Market: o mercado onde o comboio passa no meio
Um espetáculo sincronizado
O Maeklong Railway Market não é encenado. Aqui, o comboio passa mesmo no meio do mercado — devagar, mas determinado — e os vendedores movem toldos, tabuleiros e cestos com a rapidez de um bailado bem ensaiado. Tudo em segundos. Quando o comboio se aproxima, ouve-se um sinal sonoro, os turistas preparam as câmaras e os locais… continuam como se nada fosse.
Ver as carruagens do comboio a passar a centímetros da nossa cara parece coisa de filme, mas é o dia a dia para quem ali trabalha. E, ao contrário do que pensei, o mercado não vive só para os turistas. Há quem ali vá comprar legumes, negociar o peixe mais fresco, ou simplesmente conversar.



Damnoen Saduak Floating Market: o mercado das águas
Uma cena digna de postal
Depois do comboio, seguimos para o Mercado Flutuante de Damnoen Saduak, talvez o mais famoso do país. Apesar de ser super turístico, não deixa de ser fascinante. Subi para um barquinho a remos e deixei-me levar pelos canais estreitos. De um lado e do outro, comerciantes em pequenas canoas vendem frutas, noodles, lembranças, chapéus de palha e até pad thai preparado na hora.
Sim, vais ver MUITOS turistas. Sim, há alguma encenação. Mas também há autenticidade nos detalhes: o olhar atento da vendedora que prepara o almoço no próprio barco, o cheiro a óleo de coco quente, e a confusão deliciosa tão típica da Tailândia.
O que comer no Floating Market?
Não deixes de provar:
- Gelado de coco com Mango Sticky Rice
- Água de coco direto da casca






Vale a pena fazer os dois no mesmo dia?
Se estiveres com tempo contado em Banguecoque, sim, faz todo o sentido combinar os dois numa manhã. Ambos ficam na mesma direção e são experiências complementares. Um mostra a vida nos carris, o outro revela a vida nos canais. O segredo está em ir com expectativas realistas: o mercado flutuante é mais turístico, o do comboio tem mesmo assim mais autenticidade, mas ambos são inesquecíveis.
Onde reservar o tour?
Reserva através do GetYourGuide para teres uma boa experiência. Normalmente, consegues um guia simpático, transporte confortável e horários bem geridos. Deixo aqui algumas das opções mais procuradas:
Notas de Viagem
Distância de Banguecoque: Cerca de 90 km (1h30 de carro)
Melhor altura para visitar: Novembro a Fevereiro (menos calor e humidade)
O que levar: Chapéu, protetor solar, garrafa de água reutilizável e dinheiro (os vendedores podem não aceitar cartões)
Dois mercados, duas perspetivas da Tailândia
Visitar o Mercado do Comboio e o Mercado Flutuante é mais do que uma checklist de Instagram. Deixa-te surpreender pelo inesperado, percebe como a vida acontece entre carris e canais, entre o tradicional e o turístico, entre o caos e a beleza.
Se vais a Banguecoque, reserva uma manhã para esta aventura. Vais voltar com histórias que não cabem numa fotografia.
