
Tailândia em 14 dias: o roteiro ideal para a tua primeira viagem
O calor da Tailândia não avisa. Envolve-te. Foi o primeiro choque ao sair do avião em Banguecoque. Um bafo húmido, que me fez perceber que estava definitivamente de volta à Ásia.
Tinha duas semanas pela frente e o coração aberto para tudo o que o Reino dos Sorrisos quisesse-me mostrar.
Este artigo é a minha primeira viagem à Tailândia transformada em roteiro. Se também estás a planear visitar aquele país, levas aqui um plano testado, vivido e sentido.
Não te vou dizer apenas o que ver. Vou contar-te como foi sentir aquele país sobre o qual nem tinha grandes expectativas e que acabou por me surpreender todos os dias.
Roteiro de viagem à Tailândia
Dias 1-2: Banguecoque – o caos perfeito

Cheguei a Banguecoque ao início do dia, cansada do longo voo que tive de fazer desde Lisboa, e com a ideia de que a cidade seria só trânsito e poluição. Mas bastaram 10 minutos na rua para perceber que a capital da Tailândia é, na verdade, um teatro de cheiros e ritmos.
Fiquei hospedada bem perto da famosa Khao San Road, numa rua mais calma, mas com acesso fácil a tudo.
Durante o dia, aproveitei para ter o meu primeiro contacto com a Khao San, conhecida pela sua vida noturna e por ser um hub para turistas e para quem está a fazer o dito mochilão pela Ásia.
Inúmeros vendedores chamavam para entrar nos seus restaurantes ou ofereciam tours, ou transporte aos turistas que por ali circulavam.
À noite, voltei e o ambiente transformou-se: música muito alta (em alguns pontos até ensurdecedora), bancas de insetos fritos para turista ver (mas que nunca vês ninguém comer), bares com néons a piscar, ladyboys a dançar em cima das mesas. Estava definitivamente fora do meu ambiente, mas valeu a pena cada minuto passado por ali.
Nas ruas à volta o ambiente é outro, menos caótico, envolto em cheiro a alho e molho de peixe vindo dos carrinhos de comida de rua. Por aqui, podes pedir um Pad Thai, preparado à tua frente com uma agilidade hipnótica, e comê-lo ali mesmo, num banco de plástico, com um gato a rondar os teus pés. Banguecoque tinha começado a conquistar-me, não pelo excesso, mas pelos detalhes entre o caos.
No dia seguinte, perdi-me nos templos e nos sabores desta cidade:
- No Royal Grand Palace aprendi a história da Tailândia, bem como a respeitar as multidões e o calor com alguma leveza (vai bem cedo e com paciência).
- No Wat Pho contemplei o maior Buda reclinado que já tinha visto (46 metros de comprimento) e percebi que parar é também uma virtude e uma forma de viajar.
- Subi ao topo da Mahanakhon Tower ao final do dia para caminhar sobre o seu chão de vidro e assistir à noite a cair sobre Banguecoque.
- Terminei na Chinatown a provar mil e um sabores nas dezenas de barraquinhas de comida de rua.
Notas de Viagem
– Dormi no Centra by Centara Hotel Bangkok Phra Nakhon
– Comi no The Macaroni Club, na rua paralela à Khao San Road
Dia 3: Ayutthaya – história em ruínas

Apanhei um carro bem cedo pela manhã para Ayutthaya, com as janelas abertas e o vento a trazer o cheiro dos campos de arroz.
Ayutthaya, Património Mundial da UNESCO, foi a antiga capital do Reino do Sião e, apesar de hoje estar em ruínas, caminha-se por ali com a sensação de que a grandiosidade do passado ainda paira no ar.
Fiz o parque histórico a pé, sem pressas, deixando-me levar pelos caminhos de terra batida e os templos silenciosos. Passei pelo Wat Phra Si Sanphet, com as suas estupas simétricas em tom ocre, que fizeram em tempos parte do palácio real, e parei diante do Wat Mahathat, onde a cabeça de Buda repousa entrelaçada nas raízes de uma árvore bodhi. Uma imagem icónica!
Pelo caminho, estátuas decapitadas, monges vestidos de laranja vivo, visitantes com indumentárias a rigor, e figueiras antigas que presenciaram histórias de um império que já foi o mais poderoso do Sudeste Asiático.
Notas de Viagem
Leva chapéu e muita água. E desliga o Google Maps… perde-te um bocadinho, deixa levar-te pelo caminho.
Dias 4-6: Chiang Mai – norte com alma

Chegar a Chiang Mai foi respirar. Literalmente. O ar parecia mais leve, a cidade mais tranquila. Aqui, trocamos o caos por espiritualidade e mercados de rua.
No primeiro dia, comecei pelo Wat Suan Dok, um templo menos turístico, mas cheio de alma, onde os chedis brancos parecem refletir o calor e sobressaem contra o céu azul. Estava quase vazio quando cheguei, apenas um par de monges num ambiente bastante silencioso.
Seguiu-se Wat Phra That Doi Suthep, subindo de carro pela estrada sinuosa que leva até ao topo do monte. Diz-se que quem não visita este templo, não conheceu verdadeiramente Chiang Mai e percebe-se porquê. A escadaria com as serpentes naga é imponente, mas são os detalhes lá em cima que nos deixam sem palavras: a estupa dourada a brilhar sob o sol, o som dos sinos que dançam com a passagem do vento, os monges em oração que nos benzem em troco de um donativo, o cheiro a incenso.
De volta à cidade, foi tempo de ir até ao night market, com bancas de perder de vista, comida de rua maravilhosa e até música ao vivo. Chiang Mai é o sítio perfeito para fazer as tão desejadas compras na Tailândia.
Notas de Viagem
– Dormi no Away Chiang Mai Thapae Resort, um bonito hotel com um pequeno-almoço vegan premiado.
– Fui assistir ao Chiang Mai Cabaret Show no night market
– Aprendi a cozinhar comida no Grandma’s Cooking School

Dias 7-8: Khao Sok – dormir na selva

Voei para Surat Thani e rumei até ao Parque Nacional de Khao Sok para entrar numa Tailândia completamente diferente.
Após percorrer a estrada até ao Cheow Lan, seguindo por colinas verdes, cheguei às margens do lago, onde entrei num barco de madeira que me levou até aos bungalows sobre a água onde ia ficar alojada.
Durante dois dias, adormeci com o leve balanço da água, fiz trilhos na selva, andei de kayak e mergulhei num lago tão calmo que parecia um espelho. À noite, sem rede e sem distrações, somos só nós e os sons da floresta.
Notas de Viagem
– Fiquei alojada no The Laguna Chiewlarn
– Leva repelente, uma lanterna e um livro.
Dias 9-13: Railay Beach – falésias e mares tropicais


Chegar a Railay é uma aventura em si: barco desde Krabi, mochila ao colo, pés na água para desembarcar. Railay não tem carros. Só caminhos de areia, macacos curiosos e o som do mar e dos barcos que diariamente leva turistas até lá.
Ali, cada dia começa com um mergulho e acaba com um pôr do sol sobre o mar de Andaman.
É o lugar perfeito para descontrair, aproveitar a praias e passear pela rua de comércio e restaurantes.
No meu caso, e como não gosto de ficar parada, fiz um tour de barco pelas ilhas Phi Phi.
Sim, agora que limitaram as visitas e os banhos, a Maya Bay (conhecida pelo filme “A Praia” com Leonardo DiCaprio) está magnífica!
Notas de Viagem
– Dormi no Sand Sea Resort
– No The Last Bar assisti ao meu primeiro combate de Muai Thai
– O Railay Bar & Bristo oferece refeições leves e deliciosas
– Existem outros tours que dão a conhecer outras incríveis ilhas ao redor.
Day 14: Adeus, Tailândia
No último dia, deixei Railay de barco logo pela manhã e segui rumo a Krabi, ainda com os pés húmidos de mar e areia.
O voo para Banguecoque foi breve, e a escala longa o suficiente para absorver, pela última vez, a vibe deste país.
Caminhei pelos corredores do aeroporto, com aquela sensação de que estava completamente enganada quanto à Tailândia. Pensava que era só mais um país asiático, desgastado pelo turismo de massa. Mas a Tailândia não é um destino que se esgota naquilo que se vê nas revistas ou nas redes sociais. É feita de sensações, de sabores e dos sorrisos que se trocam sem palavras.
Vem aí o guia completo da Tailândia!
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