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The Wave — Surfar pela primeira vez numa piscina de ondas

the wave piscina de ondas wave pool Bristol
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Nunca fui encantada por piscina de ondas. Desde que comecei a fazer surf em 1995, o contacto com o mar, para o bem e para o mal, foi o que sempre me fascinou neste desporto. A sua imprevisibilidade, a ligação com o meio ambiente, o sal no corpo e o movimento das ondas são só alguns dos fatores que sempre me ligaram ao mar.

Por isso, quando viajei até Bristol e coloquei na agenda uma ida até ao The Wave, uma das primeiras piscinas de ondas no mundo inaugurada recentemente, não tinha intenção de lá surfar.

A experiência no The Wave tinha sido a minha prenda de natal para o Nuno e o meu principal intuito era mesmo visitar Bristol, Bath e ir conhecer Stonehenge.

Porém, coloquem-me ondas à frente, não interessa onde, e já percebi que não consigo resistir!

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O edifício principal e porta de entrada para o The Wave

Estávamos no final de dezembro, provavelmente o mês mais frio naquela região e tínhamos agendado a nossa experiência no The Wave para as duas da tarde.

Para surfar nesta piscina de ondas não basta lá chegar e entrar na água. Existem slots de uma hora para os quais se tem que fazer uma pré-inscrição. Tinha-o feito em novembro, através do site, pagando 55€.

Às duas da tarde foi a opção que escolhi, prevendo que a essa hora estaria um pouco menos frio. Ainda bem que o fiz.

Acordámos de manhã, tomámos o pequeno-almoço e decidimos ir logo para lá.

Das imagens que tinha visto online — e como depois verificámos — o The Wave inclui um café/restaurante onde podemos estar e relaxar, comer ou beber alguma coisa. Por isso, decidimos ir mais cedo para nos adaptarmos ao local, estarmos algum tempo a ver como aquelas ondas de piscina se comportam e, sem stress, começarmos a preparar-nos para a experiência.

Uma piscina de ondas irresistível

O The Wave fica numa quinta afastada dos centros urbanos e quando estacionámos reparámos logo que não estávamos sozinhos nesta aventura. Apesar do tempo chuvoso e do frio de rachar, o estacionamento estava quase completo.

Depois de passar pela recepção, começámos a percorrer a longa estrada que leva até ao edifício principal do The Wave, porta de entrada para a piscina.

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Um dos muitos sinais que vamos encontrando pelo caminho que é ainda longo entre o estacionamento e a entrada principal

Não sei se foi o contraste da cor azul daquela piscina no meio dos campos castanhos da quinta e o céu escuro provocado pelo mau tempo, mas parecia que tinha chegado a um oásis!

A piscina de ondas funciona com o sistema Wavegarden, uma maquinaria que divide o espaço em dois. De um lado, as ondas quebram para a esquerda, do outro partem para a direita. A hora a que temos direito só dá para uma das duas, o que é uma pena. Claro que isto não deixa de ser um negócio e, se queres surfar as duas ondas, tens que fazer duas reservas.

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A onda que quebra para a direita

Como disse, não era minha intenção surfar o The Wave, mas quando me deparei com aquele cenário e com pessoas dentro de água que tinham o meu nível de surf, não resisti a ir. Felizmente, ainda havia vaga para as duas da tarde e assim pude ir com o Nuno.

Um desafio chamado The Wave

Uma hora antes do início da sessão, é tempo de nos irmos equipar. A reserva inclui fato, botas, luvas, gorro e prancha, claro. Para dizer a verdade, nunca tinha surfado com tanto equipamento, mas soube-me pela vida… literalmente!

Habituada a fazer surf em destinos de água quente ou em casa, na Ericeira, que para mim já é frio o suficiente, estas foram as condições mais extremas de frio em que já entrei dentro de água. Bem, à exceção de uma vez em Peniche, Portugal, que estava a nevar e que a meia hora que passei dentro de água foi o suficiente para me provocar sinais de hipotermia, como a boca não conseguir articular o que estava a pensar. Mas essa é outra história. 🙂

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Todos os participantes têm que ouvir as regras a respeitar dentro de água

Momentos antes de entrarmos para água, inseridos num grupo de cerca de 10 a 12 pessoas, os colaboradores do The Wave esclarecem as regras:

1. A onda parte bem lá do fundo, junto de uma marca vermelha que está na parede. Se não te posicionares junto à parede e dessa marca não a consegues apanhar;

2. Se não conseguires apanhar a onda ou caires a tentar fazê-lo deves ir em frente deitado na prancha para saíres do caminho do próximo surfista;

3. Se fores o próximo a apanhar a onda e se quem te antecedeu caiu, tens que esperar o ok do colaborador do The Wave que está posicionado na parede para seguires;

4. Apanhas a onda por ordem de chegada e deves respeitar os outros que estão dentro de água contigo.

Tudo me pareceu relativamente fácil, até que chegou a hora de entrar na água e começar a remar até ao ponto de partida.

A água gelada fez-me estalar a cabeça, o nervoso miudinho acelerou-me o coração, a confiança no olhar dos outros reduziu a minha e o barulho da máquina a produzir as ondas era intimidante. Fora o facto que me tinha que posicionar lado a lado com uma parede de betão à espera que a dita onda chegasse.

O surf é um desporto tramado, seja qual for o ambiente e as primeiras vezes num local são sempre uma surpresa. De fora pensei que iria ser super fácil, mas dentro de água foi outro filme.

Sempre que errava lá tinha que ir dar a volta à piscina! Mas o ambiente dentro de água foi incrível, com perfeitos desconhecidos a puxar por mim. E até o frio começou a passar com a remada que estava sempre a fazer.

Como disse anteriormente, o The Wave é uma estrutura aberta há pouco tempo e dos três níveis que propõem — beginners, intermediate e advanced — apenas os de principiantes e avançados estavam a funcionar. Ora, provavelmente tinha-me dado melhor com o nível intermédio, mas arrisquei no avançado.

Mas, lá consegui apanhar uma onda depois de várias tentativas e essa valeu por tudo!

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Não me arrependo de todo de ter surfado nesta piscina de ondas. Foi uma experiência incrível e que recomendo, sem dúvida. E como todos os desafios superados, saí de dentro de água com um grande sorriso de orelha a orelha. Já para não falar do Nuno que fez render bem a sua prenda de Natal!

Tome Nota!

  • O The Wave fica na Washingpool Farm, em Easter Compton, Bristol;
  • As sessões duram entre 1h e 1h30 (iniciantes) e custam entre os £35 e os £45;
  • Aberto todo o ano, à exceção do dia de Natal (ou outras situações, como foi o caso da pandemia do COVID-19);
  • Tem um café e bar que servem boa comida, de origem local e mudam sazonalmente;
  • Tem uma loja de surf com equipamento, roupa e acessórios, bem como merchandising do The Wave;
  • Não deixe de consultar o site para mais informações, preços atualizados ou para reservar uma surfada nesta piscina de ondas.

O que acharam do The Wave? Gostariam de fazer surf numa piscina de ondas? Deixem o vosso comentário em baixo e se tiverem alguma dúvida, é só perguntar.

Se conhecem algum amigo ou amiga surfista, partilhem este post com ele ou ela. Pode ser uma hipótese de destino para uma próxima viagem.

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O The Wave, em Bristol, é uma aventura para surfistas viajantes. Curiosos sobre esta piscina de ondas? Espreitem este novo post.
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Marlene On The Move

Marlene Marques

Marlene é a criadora do Marlene On The Move. Jornalista de profissão, criou o blog para partilhar as suas aventuras pelo Mundo. Não é raro partir à descoberta de novos países e culturas com a prancha de surf como bagagem.

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4 COMMENTS

  • Duarte Silva

    Olá, o meu nome é Duarte Andrade Silva. Estou a fazer uma licenciatura de animação turística em Peniche (a capital da onda). Sou de Vila Real (interior Norte) onde não há ondas de mar, mas talvez seja possível surfar no rio eventualmente mas ainda não explorei bem para saber se é possível, mas se o conseguir serei o primeiro a fazer surf naquela cidade.
    Então se eu gostaria de fazer surf numa piscina de ondas, claro que sim. Mas mais do que isso gostaria de fazer uma piscina de ondas.
    Estou neste momento a fazer um pequeno projecto para uma disciplina onde estou exactamente a projectar uma piscina destas. Gostava muito de ter ideia do investimento mínimo necessário para um projecto destes, talvez me possam ajudar. Espero não estar a pedir muito.
    Obrigado,
    Cumprimentos a todos e até breve!!

    • Marlene Marques
      AUTHOR

      Olá, Duarte. Obrigada pelo comentário, mas infelizmente nada posso ajudar com essa questão. Não faço a mínima ideia o que é preciso ou quais os custos envolvidos na construção de uma piscina de ondas. Apenas sei que são bem divertidas 😉 Boa sorte com o seu projeto.

  • Nuno Batista

    Boa tarde Marlene,

    Gostei do artigo e das fotos, estou a pensar em ir ao The Wave na semana a seguir à Páscoa, julgo que é a opção mais barata para experimentar uma piscina de ondas. É recomendável ficar a dormir no local? A minha mulher e o meu filho irão comigo, há atividades para crianças com 4 anos? Obrigado!

    • Marlene Marques
      AUTHOR

      Olá, Nuno! Obrigada pelo comentário! Fico contente por ter gostado do artigo.
      Quando estive no The Wave não havia lugar para ficar, por isso, fiquei alojada em Bristol e fiz a viagem até lá no dia em que reservei a minha surfada. Ficar em Bristol foi giro porque permitiu-me conhecer também a cidade. Porém, agora vi que eles já abriram um camp ao lado da piscina e pode lá ficar-se alojado. Como não fiquei, não consigo dizer se é recomendável, mas o sítio parece ter pinta e pode ser bom, caso esteja a pensar fazer mais do que uma surfada por dia. 🙂
      Sobre as crianças, como fui na abertura, não havia nada destinado a elas, mas estive a ver e agora eles têm o “Play at the Bay” que é destinado aos mais pequenos e que consiste em ficarem na parte mais rasa da piscina a brincar nas ondinhas. Acho que pode ser bem divertido para eles. Mas, atenção, eles não têm fato para menores de 6 anos (teria que levar um) e abaixo dos 8 anos têm que ser acompanhados por um adulto na água.
      De resto, sendo a primeira experiência numa piscina de ondas, acho que vai gostar. 😉 Boa viagem!

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