Lombok é diferente de todas as outras ilhas na Indonésia. Para além do surf incrível, o seu interior guarda segredos naturais dignos de exploração. Tal é o caso do Geopark Rinjani.
Fui ter aqui seguindo a dica do guia da Lonely Planet — alguma vez comentei convosco que faço parte do grupo de viajantes da LP Pathfinders? — e, na realidade, nem sabia o que me esperava.
O Geopark Rinjani-Lombok localiza-se na montanha com o mesmo nome, abrange cinco distritos a norte da ilha e foi considerado Património da UNESCO em 2018.
De entre as várias atividades que por aqui se podem fazer, conhecer as suas cascatas é talvez uma das mais incríveis.
Sabia que…
O monte Rinjani é o segundo mais alto da Indonésia. De grande importância para os povos hindu e sasak, que costumam fazer peregrinações até ao cume, os balineses acreditam que esta é uma das três montanhas sagradas, juntamente com Agung (Bali) e o Bromo (Java).
Um mundo mágico de cascatas em Lombok
O parque é constituído por cinco cascatas de relativo fácil acesso, mas ao comprar os ingressos na receção fui tentada: “querem ir conhecer as cascatas secretas?”… “como assim, cascatas secretas”, pensei.
“Existem umas cascatas que só os locais conhecem e podemos levá-los até lá”, propuseram. “Mas o trilho faz-se pelo meio da selva”.
Claro que aceitei de imediato! Como recusar tal proposta! Talvez fosse mentira, talvez sejam igualmente conhecidas como as restantes, mas como virar as costas a um desafio?
Então pusemo-nos a caminho da Benang Stokel e da Benang Kelambu, dois conjuntos de cascatas como nunca tinha visto até hoje.
Da entrada principal às quedas de água é preciso andar perto de meia-hora.
Com o tempo um pouco contado e os locais a oferecerem-se para nos levar de mota, optámos por seguir à pendura numa vespa que saltava livremente a cada buraco (ou, devo dizer, cratera) que a estrada de terra tinha.
As cascatas formaram-se a partir do desnível da rocha vulcânica, caindo em cortinas de água que tornam o visual extraordinário mal começamos a aproximar-nos do local.
A beleza deste sítio, envolto em vegetação luxuriante e água por todo o lado, tornam-no numa das principais atrações naturais da região e, por tal, não é livre de inúmeros visitantes, quer estrangeiros como nacionais.
Uma aventura pela selva
Mas a verdadeira aventura começou a partir daqui. O jovem guia, o mesmo que havia conduzido a mota, disse-nos para o seguirmos porque nos ia levar às outras cascatas.
Logo comecei a perceber porque elas eram secretas. Porque para lá chegar teríamos que atravessar trilhos embrenhados em vegetação densa, rios e riachos, caminhos de pedras e até escalar encostas enlameadas, já que esta é uma zona bastante húmida.
Costumo pensar que o melhor de um desafio é a conquista no final e esta visita foi bem a prova disso.
Depois de me arranhar, suar em bica e até escorregar na lama, eis que me vejo de frente de cascatas extraordinárias e sem uma alma à vista! Impagável!
Foi um percurso difícil e pouco indicado para quem tem pouca mobilidade, mas para aqueles que gostam de um bom desafio na natureza, completamente recomendável.
De volta ao ponto de partida, acabei a visita com um sorriso rasgado no rosto e uma coroa de vegetação na cabeça feito pelo jovem guia que foi incansável no trajeto. Mesmo a tempo de evitar uma tempestade que se abateu na zona pouco depois.
Ainda hoje penso o que seria ser apanhada por chuvas torrenciais naquele percurso. Mas, como se costuma dizer: os Deuses favorecem os audazes! 😉
Leave a Comment