Existe um jogo tradicional português (ou pelo menos penso que só exista em Portugal) que se chama “Quantos-Queres” e consiste em dizer um número, rodar as mesmas vezes o pequeno origami de papel, ver que cores saem e escolher uma delas. De acordo com a cor, existe um dizer, uma palavra, uma ordem que sela o destino da pessoa que disse o número. É mais ou menos isto.
É um jogo que costumava brincar quando era mais nova, antes dos computadores, das apps e afins. Na altura em que ainda se saltava à corda.
Aprende AQUI a fazer um Quantos-Queres.
Pois então, decidi voltar a fazer este jogo, mas desta vez relacionado com viagens. Escolhi oito cores e a cada uma delas atribui um destino. Assim, é só dizer um número de 1 a 10 e escolher uma das cores que ficarem à mostra. O local correspondente a essa cor será o seu próximo destino de viagem!
Caso queira simplificar e jogos não seja bem o seu forte, basta pensar qual a sua cor favorita e ver qual o destino que escolhi para a sua próxima viagem. 🙂
Escolha a cor do próximo destino de viagem
AZUL: Blue Lagoon, Islândia
Perto de Reykjavik, a Blue Lagoon é um espaço termal que se tornou num dos principais atrativos para quem visita a Islândia.
Num país onde a neve e o frio impera, esta lagoa de água do mar geotermal não podia ser mais apelativa.
Os efeitos da água, rica em minerais, silica e algas, são benéficos para a pele e, vá, quem é que resiste em estar de molho numa lagoa quentinha?
Claro que vendo o potencial do local, os islandeses já tornaram este espaço num spa, com direito a clínica e hotel, e os valores para poder molhar o pé vão de 50 euros para cima.
Porém, não deixa de ser uma experiência diferente para ter na Islândia.
LARANJA: Deadvlei, Namíbia
É uma das visões mais incríveis que pode ter. Aliás, a primeira vez que comecei a ver fotos do Deadvlei, no Namib-Naukluft Park, na Namíbia, pensei que se tratavam de pinturas. Ou então, de um photoshop rebuscado.
Mas não. O laranja entra aqui em forte contraste com o amarelo e as árvores mortas dão um ar ainda mais surrealista a tudo.
Diz-se que por aqui existem algumas das maiores dunas do mundo, podendo atingir os 400 metros, e que aquelas árvores terão morrido há 600 anos atrás, não se decompondo por estarem tão secas… uma espécie de árvore mumificada, tornada preta pelo sol intenso que se faz sentir por estas bandas.
Deadvlei quer dizer “pântano morto”, porque em tempos a água era abundante por aqui. Agora resta um espaço onde a morte natural atrai a vida de quem ali vai.
BRANCO: Antártica
Existe local mais branco do que a Antártica? Há tempos pensar viajar até à Antártica era apenas para exploradores ou cientistas, mas a visita ao Pólo Sul tornou-se numa realidade nos dias que correm.
Não é de todo uma viagem barata, uma vez que estas expedições são efetuadas por apenas algumas unidades turísticas no mundo inteiro. Mas pode bem ser a experiência de uma vida. Nestes cruzeiros vai passar por baías e canais rodeados de glaciares, icebergs de todos os tamanhos e uma vida selvagem incrível, entre baleias, focas e vastas comunidades de pinguins.
Infelizmente, com as alterações climáticas e o derreter dos pólos, não se sabe bem o que o futuro reserva a esta região e o presente pode ser uma oportunidade única para a visitar.
PRETO: Luzes do Norte, Noruega
Nunca vai desejar tanto que a noite esteja escura. Escura, mas com o céu limpo, claro. É que essas são as condições ideias para ver as Luzes do Norte.
Também conhecida como Aurora Boreal, este fenómeno único no mundo pode ser avistado na Noruega, Alaska, Finlândia, Suécia, Islândia, Canadá e Escócia, embora a Noruega, a Islândia ou o Alaska sejam os países com mais probabilidade.
A melhor janela de oportunidade para ver as Luzes do Norte é entre dezembro e abril. Mas se estes não são meses em que consegue viajar ou se o orçamento não permite tais voos, a Agência Espacial Canadiana tem um live feed a registar o fenómeno a partir de Yellowknife.
VERDE: Lagoa das Sete Cidades, Açores
O que não faltam são locais verdes por este mundo fora que podiam constar deste segmento, mas a Lagoa das Sete Cidades, na ilha de São Miguel, nos Açores, é mesmo uma escolha pessoal. Este é um dos sítios mais verdes que tive oportunidade de visitar até ao momento.
A viagem pode ser feita facilmente a partir de Portugal, com recurso a uma companhia low-cost. Depois, nos Açores o nível de vida é relativamente barato. Isto para não dizerem que só trouxe a jogo viagens caríssimas.
A Sete Cidades é uma pequena vila metida no centro de uma cratera vulcânica extinta, banhada pelas Lagoas Verde e a Azul. O local é digno de filme, bem ao estilo “Senhor dos Anéis” e tornará inesquecível a sua viagem à ilha portuguesa.
VERMELHO: Grand Canyon, Estados Unidos da América
Confesso desde já que tive alguma dificuldade em recolher informação sobre o Grand Canyon, não porque seja escassa. Pelo contrário. Existem tantos dados sobre aquele que é o maior parque nacional dos Estados Unidos da América que nem soube bem por onde começar.
Aparentemente, há mil e uma maneiras de conhecer o Grande Canyon. Pode optar por ir num autocarro turístico até um dos muitos miradouros; visitar os centros de informação ou museus existentes e aprender mais sobre a história do parque; ou, caso seja mais dado a aventuras, propor-se a percorrer alguns trilhos ou fazer rafting pelo Rio Colorado. Existem várias companhias locais a promover este tipo de atividades.
Qualquer que seja a sua abordagem, ir até ao Grand Canyon necessita de algum planeamento, por isso sugiro uma visita ao site oficial.
AMARELO: Deserto do Sahara, Marrocos
Se o amarelo é a sua cor, o deserto do Sahara é o seu destino. As dunas por aqui são imensas e pode visitá-las a partir de várias zonas do país. Das grandes dunas de Erg Chebbi às mais compridas de Erg Chigaga ou a conhecida Dakla, por estes lados é possível fazer passeios de camelo, dormir no deserto ou visitar comunidades berberes.
Depois pode sempre juntar-se a um tour que o levará a conhecer algumas cidades marroquinas, como Marraquexe, Fez, Essaouira, entre outras.
MULTICOLOR: Myanmar
Podia ter escolhido o dourado para este segmento, tal é a cor dos templos que povoam as terras de Myanmar, mas aí estaria a limitar os tons da paisagem. É que esse dourado convive de perto com o verde luxuriante da vegetação ou o azul das águas. Este é de facto um destino cheio de cor.
Desde Shwedagon Paya, um dos sítios mais sagrados do Budismo, aos curiosos pescadores de Inle Lake ou a zona arqueológica de Bagan, não faltam locais incríveis para conhecer na Birmânia.
1 cor, 1 destino de viagem
E a si, qual foi o destino que lhe calhou? Sugeria outros destinos para estas cores? Dê a sua opinião na caixa de comentários em baixo.
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