O Japão fascina todos os que o visitam e com a Vanda Frutuoso não foi exceção. A Ásia já não era novidade, mas a atração pelo Japão levou a produtora de televisão a rumar de novo ao Oriente inspirada pelos livros e filmes que viu. O que encontrou foi uma sociedade tradicional pronta a romper com padrões instituídos, um frenesim constante nas ruas e uma gastronomia de texturas singulares.
O Japão pelos olhos e palavras da Vanda
1. Como surgiu a viagem ao Japão? Era um destino que há muito querias visitar ou apareceu por acaso?
Depois de ter iniciado as incursões pela Ásia e tendo passado alguns períodos pela China, Vietname, Camboja e Tailândia, o destino estava já em esboço nos planos de viagem. O facto de ter recebido a viagem como presente, acelerou a visita!
2. Como planeaste a tua viagem?
Como para qualquer destino, de forma a experienciar ao máximo a estada e a conhecer a verdadeira dinâmica dos destinos, creio que o mais importante é fazer uma pesquisa geográfica, gastronómica e até social para definir o que visitar no local. É claro que diferentes objectivos traçam os planos de cada viajante, mas diria que mais do que pré definir as estadas, é relevante definir ida e regresso, deixando que os locais nos envolvam e nos ajudem a definir o tempo e a forma como queremos viver um local.
No Japão, foi o caso. Ter data e locais de ida e regresso, adquirir o bilhete de comboio que permite viajar por toda a ilha e marcar as duas primeiras noites de estada. Pesquisei e li bastante sobre os bairros, as cidades, os aspectos mais tradicionais e a cultura japonesa; bem como os locais onde pernoitar ou onde experimentar a gastronomia mais tradicional.
Cedo descobri que, durante as viagens, definir meticulosamente quanto tempo se fica num local ou para que cidade/vila nos deslocamos a seguir não é o plano ideal – há sítios que nos conquistam mais do que outros, com os quais mais nos identificamos e, igualmente, nos entregamos em níveis diferentes. Essa é das maiores belezas das viagens, a arte da sedução que vive em cada destino e ao qual nos rendemos, por vezes, de forma inexplicável.
3. O que mais te surpreendeu no país?
A mentalidade japonesa foi o que, sem dúvida, mais me surpreendeu – por ser tão distante da nossa, apesar de ser o país asiático mais próximo da realidade ocidental.
A aproximação ao pensamento japonês começa há uns anos, com a leitura do livro A Casa das Belas Adormecidas, do autor japonês, premiado com Nobel, Yasunari Kawabata e com o visionamento de filmes clássicos, como “Os Sete Samurais” ou “Ninguém Pode Saber”. Há uma particularidade única na forma de estar japonesa, que oscila entre o modo tradicional e a vontade de querer romper com padrões instituídos. Esse contraste é interessante e fundamental para perceber as diferentes texturas na sociedade nipónica.


4. Que locais visitaste e qual te conquistou mais (e porquê)?
Todos os locais têm uma magia própria, sobretudo quando se fala das suas florestas milenares e parques naturais centenários, com uma beleza e força de cortar a respiração. A escolha é, no entanto, citadina – Tóquio foi inevitavelmente o local que mais me marcou, pela sua força e personalidade, pelo inusitado das situações. O enquadramento histórico é aqui bastante importante, percebendo como uma cidade que ficou arrasada durante a II Guerra Mundial se ergueu para ser uma das mais marcantes e (continuamente) florescentes metrópoles de todo o mundo.
A arquitectura, o constante frenesim, os néons das ruas, os cheiros das comidas, a moda, com inspiração nos samurais ou no animé, timbram-na com uma beleza e vida inigualáveis.
5. Que dificuldades encontraste e como as ultrapassaste?
Uma grande barreira foi, sem dúvida, a língua. Contrariamente ao que supus – que facilmente comunicaria em inglês, a grande maioria dos japoneses não domina a língua universal. Apesar de oficialmente tudo estar bem assinalado – nomes de ruas e avenidas, identificação dos locais históricos ou outras indicações, chegar à fala com um japonês não é a tarefa mais fácil. Para quem gosta de falar com os locais e entender melhor a mentalidade de um povo não é simples mas, ocasionalmente, conseguem desenvolver-se algumas conversas.
Para o dia-a-dia, o melhor é ir com umas cábulas no bolso!


6. O que achaste da comida japonesa? Recomendarias algo em especial?
A comida japonesa é uma das mais confeccionadas por todo o mundo mas é, naturalmente, especial no Japão. Desde a comida de rua, aos restaurantes mais tradicionais, passando pelas cozinhas mais elaboradas e inovadoras ou pelos mercados, todos os pratos – do mais “simples” ao mais complexo – são feitos com um perfeccionismo e sabores ímpares.
Toda a gastronomia é extraordinária, desde os diferentes nabemonos aos yakitoris, passando, claro, pelo sushi e sashimi, até ao wagyu. Com a frescura e a intensidade dos sabores, a exuberância dos cheiros e a singularidade das texturas é impossível não recomendar tudo em especial!
Fundamental sentar ao balcão e beber um highball enquanto o chef faz magia.


7. Voltavas a viajar até ao Japão? O que farias numa segunda visita, se for o caso?
Sem dúvida! Exploraria Tóquio ainda mais profundamente e a natureza que o Japão oferece, de um encanto ímpar.
Precisa de mais dicas de viagem para o Japão?
Nota: Esta entrevista foi escrita segundo o antigo Acordo Ortográfico.

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