Conheci a Ginja Mariquinhas quando estava de visita à Rua Direita de Óbidos. Numa artéria que vibra com comércio e oferece copos de Ginja de Óbidos porta sim, porta sim, o espaço Mariquinhas Experience salta à vista pela sua decoração, mas também pelo toque de inovação que quer dar a um dos produtos mais antigos da Região Oeste de Portugal.
Mas de onde vem esta ginja que tem crescido como nenhuma outra e é hoje um produto reconhecido dentro do país e além fronteiras?
Fui diretamente à fonte — leia-se fábrica — conhecer a sua história e os seus segredos.
A família da Ginja Mariquinhas
Tal como as outras marcas de ginja que encontramos por Óbidos, também a Ginja Mariquinhas provém de uma empresa familiar, mas esta teve origem um pouco mais longe, a cerca de 20 km, numa terra chamada Sanguinhal.
Tudo começou pelas mãos de Abílio Ferreira de Carvalho, que produzia boa ginja para servir na sua pequena taberna. Tão boa que a receita passou para a 3ª e 4ª geração da família que tornaram a Ginja Mariquinhas num produto de dimensão nacional.
Não há dor com a Mariquinhas!
Porquê “Mariquinhas”? O nome Mariquinhas foi tirado da música da famosa fadista Amália Rodrigues chamada “Vou dar de beber à dor”. O fado arremata com o seguinte verso:
Recordações do calor
E das saudades o gosto
Que eu vou procurar esquecer
Numas ginjinhas
Pois dar de beber à dor é o melhor
Já dizia a Mariquinhas
Pois dar de beber à dor é o melhor
Já dizia a Mariquinhas
Do Sanguinhal para Óbidos e, mais especificamente, para as Gaeiras, onde encontramos a fábrica da Mariquinhas.
Somos recebidos pelos rostos da família Carvalheiro, Pedro, Cristina e Bernardo, a dita 3ª e 4ª geração de Abílio Ferreira de Carvalho. Todos trabalham hoje na Mariquinhas, quer seja no campo, acompanhando o cultivo da ginja; na organização, tratando de tudo o que é finanças da empresa; ou na produção, revendo a qualidade do produto ou tendo ideias sobre novos blends ou novas reservas.
Conhecer o processo de fabricação da Ginja de Óbidos
A fábrica da Ginja Mariquinhas é pequena tendo em conta que dali saem milhares de garrafas que são transportadas para as grandes superfícies ou para as lojas. Sim, as pequenas lojas continuam a merecer a atenção da Mariquinhas.
“Foi com o pequeno comércio que começámos e crescemos e, apesar de hoje representarem uma percentagem menor para o volume de negócio, estaremos sempre gratos a eles e daremos sempre atenção aos seus pedidos”, refere Bruno Jesus que nos acompanha numa visita pelas áreas da fábrica.
O tour começa por entre grandes cubas de maceração. É nelas que são depositadas as toneladas de ginjas que chegam dos campos, fruto das três colheitas realizadas anualmente, entre junho e agosto.
Ao fruto junta-se álcool de 96% extraído de cereal, água e açúcar. “A qualidade do produto vem da apanha no momento certo, da qualidade do álcool que utilizamos, da água filtrada e do açúcar branco de cana”, revela Bruno Jesus,
Esta é a receita da Mariquinhas que não deixa de ir ao encontro daquela que muitos avós da Região do Oeste sempre fizeram na sua ginja caseira. Mas as dosagens, as características premium dos ingredientes e o saber adquirido ao longo de largas décadas é o verdadeiro segredo desta marca de Ginja de Óbidos.
Das cubas passamos para as linhas de montagem onde é engarrafado o licor e não só. É que a Ginja Mariquinhas deu origem a outros subprodutos, como as pequenas garrafas que, acompanhadas por um souvenir, são embaladas para venda no free shop dos aeroportos, ou a caixa que acompanha o licor com copos de chocolate para ser oferecida no Dia dos Namorados ou como um presente doce para a cara-metade.
As mãos experientes das colaboradoras da Mariquinhas fazem-no com extrema agilidade e sempre atentas a todo o processo.
Os sabores das espirituosas chegam à ginja
Passados pelo coração da fábrica, Bruno Jesus enche os visitantes de curiosidade pelo que vão ver a seguir. O ex-libris da visita esconde-se por detrás de uma pesada porta de madeira.
Num momento em que só faltam os tambores a marcar a ocasião, faz correr a dita porta revelando um novo espaço de provas.
Na parede estão dispostas as barricas onde está a estagiar o licor que dará origem às edições especiais. É uma aventura iniciada por Bernardo Carvalheiro que decidiu experimentar colocar a ginja Mariquinhas em barricas por onde passaram bourbon, whisky ou conhaque. Já o fez anteriormente com vinho do Porto, exemplar que nos é dado a provar mais tarde.
“Esta é mesmo uma empresa familiar, de tal modo que toda a decoração deste espaço, os quadros e as pinturas que estão a ver no tecto, foram feitas pela D. Cristina”, salienta o guia da Mariquinhas, acrescentando que também os elementos de madeira, como a porta de entrada, as mesas e cadeiras, foram feitas por Pedro Cavalheiro na sua oficina de carpintaria. Um hobby que certamente poderia deixar de ser, na minha opinião, caso um dia quisesse abandonar o negócio da ginja, uma vez que as peças são extraordinárias.
Já no primeiro andar deste espaço está a coleção privada da família, com garrafas antigas e elementos que vêm do tempo do Sanguinhal. Apesar da pequena produção das edições limitadas, há sempre um exemplar que vai parar àquelas prateleiras para ser recordado para a posteridade.
Como disse, é naquele espaço que são feitas as provas. Estas, juntamente com a visita à fábrica, podem ser combinadas diretamente com a equipa da Mariquinhas. E o que não faltam são novos planos para a empresa, estando previsto para o futuro ações de apanha da ginja ou um espaço multimédia nas instalações para projeção de vídeos que darão a conhecer melhor toda a história desta marca portuguesa.
Surf Spots Mais Próximos
* Se beber, não entre na água.
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