Quando recebi o convite para visitar a Quinta da Foz fiquei no mínimo curiosa. O local parecia-me sido tirado de uma série de época… na realidade, não estava muito longe da verdade.
Cheguei aos portões da Quinta da Foz ao final do dia. A noite aproximava-se e as luzes que iluminavam o edifício davam-lhe um aspeto caloroso, tão diferente da imagem fria que normalmente temos deste género de alojamento. Logo, um grande cão se aproximou. Era a Foz, como mais tarde viria a saber, cujo nome não podia ser mais propício tendo em conta o local onde estava: a Foz do Arelho.
Francisco Paiva Calado fez as honras da casa. Faz parte da segunda geração da família que detém a propriedade e que ainda hoje ali vive. Os seus pais começaram o negócio do alojamento, ao qual ele dá agora continuidade. Com toda a bondade e hospitalidade, abre os grandes portões de ferro a quem ali quiser passar a noite.
Esta quinta do século XVI não pode falar, mas Francisco fá-lo por ela. Conta que foi em tempos um morgadio, que foi adquirida com dinheiro conseguido nas viagens à Índia no tempo dos Descobrimentos, que chegou a ser um dos edifícios centrais da localidade, com funções religiosas e civis. Uma verdadeira lição de história enquanto nos cruzamos com objetos que sobreviveram à passagem do tempo e que hoje decoram os espaços recentemente remodelados, mas onde ainda vive a alma original.
Noites tranquilas na Quinta da Foz
A Quinta da Foz não é um alojamento de massas, bem pelo contrário. Disponíveis na casa principal estão quatro quartos, já que a família ainda habita o andar superior. Mas é essa singularidade que faz com que o ambiente se mantenha intimista e sossegado. Os quartos, esses, são clássicos e de caráter histórico, quer pelo mobiliário centenário, como pelo seu passado, já que ali dormiram reis e príncipes.
Apesar da decoração antiga, os alojamentos estão completamente preparados para receber os hóspedes com todo o conforto e nem falta um chá biológico na mesa de apoio, produzido nos terrenos na propriedade.
Perto estão mais duas Casas da Quinta (T1+ sofá-cama), as quais oferecem sala de estar e kitchenette e que são ideais para quem viaja em família.
Apesar de a quinta estar localizada no centro da Foz do Arelho, junto de um largo com alguns bares, o silêncio impera por aqui e o sono é apenas quebrado pelo ruído do vento na copa das árvores ou pelo som dos pavões ao raiar do dia.
Com a natureza mesmo à porta
A descoberta da Quinta da Foz não se faz apenas pelo edifício principal, mas também pelos terrenos que se estendem nas traseiras. É lá que encontramos árvores centenárias, como um plátano que conta nos seus ramos com 300 a 400 anos de existência, ou inúmeros animais, entre patos, galinhas, burros ou cavalos… já disse que os pavões fizeram desta propriedade a sua casa?
E falando em cavalos, o amor por estes animais por parte do patriarca da família levou a que exista ali um estábulo com quatro magníficos cavalos e um incrível picadeiro onde são treinados e cuidados. É neste mesmo picadeiro que têm lugar algumas das atividades organizadas pela Quinta da Foz, como o tiro com arco ou experiências de falcoaria.
CURIOSIDADE
No picadeiro encontra-se em exposição uma carruagem que foi utilizada pelo General Junot durante as Invasões Francesas em Portugal.
Lá fora espera-nos a famosa Lagoa de Óbidos e a bela praia da Foz do Arelho. Por tal, os dias podem ser passados a fazer desportos aquáticos nas águas calmas da lagoa, como SUP ou caiaque, a fazer surf nas ondas do Atlântico ou simplesmente a descontrair numa das várias esplanadas junto ao areal.
O que achou da Quinta da Foz? Gostaria de conhecer? Já esteve na Foz do Arelho? Deixe a sua opinião na caixa de comentários.
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NOTA DA MARLENE:
Fiquei alojada a convite da Quinta da Foz e não posso deixar de agradecer toda a simpatia e hospitalidade com que fui recebida. Mas, como sempre, todas as fotos e opiniões são minhas, reflectindo de forma sincera toda a experiência.
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