São cerca de 3 horas de carro de Fez para Chefchaouen. O caminho é longo, mas à medida que o percorremos as montanhas do Rif ganham mais forma e as plantações de laranjeiras começam a surgir.
Fazemos uma paragem, esticamos as pernas e aproveitamos para comprar umas laranjas para a viagem. A compra é certa por aqui. É a laranja mais doce que já provei!

Como disse recentemente, há muitos, muitos anos atrás estive em Chefchaouen e nem me lembro bem da cidade, capital do Rif, ser azul… mas como não?! Como não ter reparado na cor única deste sítio a norte de Marrocos? Nem eu sei bem como explicar…
Consta que Chefchaouen começou a ganhar a sua tonalidade pelas mãos da comunidade judaica que ali se instalou. Acreditando que o azul é a cor divina e que pintando as casas assim estariam a abençoar as propriedades, a cidade adotou esta cor como sua e tornou-se na “pérola azul” de Marrocos.
Esta localidade beber foi fundada em 1471 e as suas muralhas erguidas para proteger a população não só de potenciais invasores, como dos ventos fortes da montanha.
Percorrer a ruas de Chefchaouen
Chego à parte norte dessa muralha e à Bab El-Maheruk, uma das muitas portas de entrada na medina. Logo ali o azul enche-me o olhar e penso que, apesar de ter visto inúmeras imagens de Chefchaouen, nada me tinha preparado para isto. São ruas intermináveis de azul, umas vezes mais pálido, outras mais escuro.

Essa peculiaridade desta cidade marroquina tem atraído ao longo dos anos milhares de turistas. Ainda mais agora, na época das redes sociais, do Instagram, do “estive aqui”. E o povo, atento à oportunidade, invadiu as inúmeras artérias da medina com lojas e lojinhas de artesanato.
Para quem acabou de chegar do souk de Fez até pode não parecer grande a oferta, mas há verdadeiras preciosidades por aqui, principalmente os tapetes e mantas. Típicos dos povos da montanha, são quentes para fazer frente aos ares frios do Rif e coloridos para contrastar com as paredes por onde nos movemos.



De máquina em punho
Os habitantes de Chefchaouen já não ligam ao vai-vem dos turistas. Aliás, agradecem a sua presença, boa para o negócio, e lançam um sorriso de esguelha quando algum visitante passa por um beco de azul forte e vasos coloridos, e lança um som de excitação por ter achado o canto ideal para a foto perfeita.
Sim, confesso, fui uma delas. Mas como resistir a tirar fotos (e a aparecer nelas) numa cidade que prima pela fotogenia?

Porém, apesar de toda a movimentação dos estrangeiros, existe uma comunidade que continua fiel a si mesma. Muitos são os residentes que recusam aparecer nas fotos dos turistas. De acordo com a religião que os move, ninguém pode reproduzir a imagem do homem. Apenas Alá o pode fazer.
Por isso, ficam escondidos à espera que alguém acabe de tirar uma foto junto de uma qualquer porta azul, para poderem continuar o seu caminho.

Após um dia de visita por Chefchaouen, também havia chegado o tempo de seguir o meu caminho, de volta à estrada, rumo a Tétouan.
Mas não sem sentir que podia ter passado mais algum tempo por ali, voltado a percorrer os bairros, as ruas, entrando nas lojas e trocado um ou dois dedos de conversa.
Mas este não é certamente um adeus. Apenas um “até já, Chefchaouen!”
Locais a não perder em Chefchaouen
- As várias ruas e becos da medina
- As lojas de artesanato
- A Grande Mesquita na praça Uta El-Hammam (e passar alguns momentos descontraídos nesta praça)
- O Kasbah e o seu museu (para aprender um pouco mais sobre a história de Chefchaouen. Aproveite para passear nos jardins)
- A Mesquita Jemaa Bouzafar (para ter uma panorâmica incrível sobre a cidade)
- Cascatas de Akchour (não consegui visitar por causa do mau tempo, mas consta que são duas quedas de água incríveis a 45 minutos de carro de Chefchaouen. Precisará de caminhar ainda um bom bocado para as alcançar, mas dizem que vale bem a pena)
TOME NOTA!

Dormir
Dar Ba Sidi
Às portas de Chefchaouen, mesmo antes de começar a subir até à cidade, encontra este hotel. É quase como um pequeno oásis no sopé da montanha, com uns bungalows simpáticos e uma zona exterior onde não falta uma piscina para ajudar nos meses mais quentes.

Almoço
Hotel Parador
É um dos hotéis mais conhecidos de Chefchaouen e, por isso, não é de estranhar que o lobby esteja cheio de turistas a aproveitar o Wi-Fi ou a descansar nos sofás. Mesmo que não fique a dormir aqui, experimente o restaurante. Escolha uma mesa no terraço e aproveite a vista para as montanhas.

Dormir / Jantar
Dar Echchaouen
Se é daqueles que prefere ficar alojado fora da confusão, este dar é o local ideal. Vá, não se assuste, não vai estar assim tão longe. Deste alojamento ao centro são cerca de 15 minutos a pé. Os quartos são muito bonitos e o hotel é cheio de detalhes. O restaurante é intimista e os funcionários muito simpáticos.

Noite
Cafe Clock
Lembra-se do rooftop em Fez, ideal para beber um chá marroquino ao final do dia? A cadeia Cafe Clock conta também com um estabelecimento em Chefchaouen. Dê uma espreitadela, mas tenha em conta que fecha por volta das 22h.
E você? Já conhece Chefchaouen? O que achou da cidade azul de Marrocos? Nunca lá esteve, mas gostava de visitar um dia? Partilhe a sua opinião na caixa de comentários.
Conhecer Chefchaouen

NOTA EDITORIAL
Viajei a convite do Turismo de Marrocos para conhecer algumas das principais cidades do norte do país. Porém, todas as descrições e opiniões relatadas neste artigo são independentes e resultado da minha experiência.
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2 COMMENTS
Ruthia Portelinha
5 anos agoÉ verdade, vemos muitas fotos de Chefchaouen no Instagram mas nada nos prepara para a cidade real. É encantadora e os vendedores super simpáticos
Marlene Marques
5 anos ago AUTHORSuper simpáticos e ficamos a achar que fizemos a compra da nossa vida! 😉 Mas mesmo não sendo assim, todo o ritual de negociar com eles faz parte da experiência. Um beijinho, Ruthia!