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Sugestão de literatura de viagem: “Disse-me um adivinho” - A viagem de um ano por terra de Tiziano Terzani

Já há algum tempo que não escrevia uma review sobre um livro aqui no blog, mas foi porque andava numa busca incessante por uma obra que me captasse a atenção e me deixasse agarrada a ela até à última página. Três livros começados depois, aconteceu com o “Disse-me um adivinho” de Tiziano Terzani.

A sugestão foi dada pelo escritor português Paulo Moura num workshop de escrita de viagens que fiz este ano e aproveitei a última Feira do Livro de Lisboa para o trazer para casa. Tiziano tornou-se assim, nos últimos meses, o meu companheiro de viagem na praia, ou antes de dormir, levando-me consigo numa viagem curiosa por alguns países do Extremo Oriente.

“Disse-me um adivinho”… quem é Tiziano Terzani?

É com vergonha que reconheço que não conhecia Tiziano Terzani antes deste livro. Digo-o com vergonha porque, sendo eu jornalista, deveria saber o nome de um dos mais reconhecidos jornalistas e escritores do mundo.

Terzani nasceu em 1938 em Florença, Itália, e teve uma carreira rica e diversificada como correspondente estrangeiro, cobrindo várias partes do mundo ao longo de várias décadas.

Trabalhou como jornalista em diferentes países da Ásia, incluindo a Índia, China, Japão e Vietname. Durante o seu tempo nesse continente, testemunhou acontecimentos importantes, como a guerra do Vietname e a Revolução Cultural na China. Experiências que o influenciaram profundamente e tiveram um impacto significativo no seu estilo de escrita e leitura sobre a vida e o mundo.

O autor italiano ficou famoso pela sua abordagem única ao jornalismo. Em vez de se limitar a relatar os factos, Terzani frequentemente incluía as suas reflexões pessoais e espirituais nas reportagens e livros que escrevia. Nestes mostrava o lado mais humanista e a sua paixão por explorar culturas e tradições locais.

Eis que surge o adivinho

É aqui que aparece o “Disse-me um adivinho”, uma das suas obras mais emblemáticas. O livro é o relato de Terzani de um ano a viajar pela Ásia por terra, sem o recurso a aviões. Esta forma de viajar, que o autor considera que lhe trouxe de volta a verdadeira essência das viagens, resultou de um encontro com um adivinho em Hong Kong que lhe disse que durante o ano de 1993 não podia andar de avião sob o risco de morrer.

Esta previsão fatídica do futuro acompanha Terzani durante muitos anos até que, nas vésperas de 1993, toma a decisão de seguir o conselho do adivinho e evitar a deslocação pelo ar. Ora, como deve imaginar, para um jornalista que tem de estar onde e quando a notícia acontece, o desafio é enorme. Mas Terzani decide aceitá-lo e não só regressa à forma terrestre de deslocação — por carro, comboio e/ou barco —, com se propõe a descobrir a velha arte da adivinhação que tão fortes raízes tem na Ásia.

Durante o ano, o autor regressa a nações que lhe são familiares, como o Laos, a antiga Birmânia, o Camboja ou o Vietname, entre outras, relatando o que mudou nos últimos tempos e a presença cada vez maior da China nos seus países vizinhos. Visita igualmente vários magos e adivinhos, conhecendo tradições locais e como essas adivinhações chegaram (e chegam) a influenciar governantes e populações.

(Re)Ler um clássico da literatura de viagens

“Disse-me um adivinho” de Tiziano Terzani inserido no género literatura de viagem

Tiziano Terzani tem o dom da palavra e, para mim, uma escrita com a qual podemos facilmente nos relacionar. Sem ser demasiado descritivo, mas relatando de uma forma pessoal ambientes, pessoas e situações, Terzani leva-nos numa viagem incrível.

O livro, com 597 páginas, lê-se bastante bem e deixa a vontade de conhecer mais textos e obras deste autor. Na edição portuguesa, integra a coleção de literatura de viagens da editora Tinta da China, cujas obras são publicadas em edições de capa dura. Que eu simplesmente adoro e é tão raro encontrar nos dias de hoje.

Sem dúvida um livro para ler e, quem sabe, reler no futuro.

“Disse-me um adivinho” – Tiziano Terzani

A viagem de um ano por terra de Tiziano Terzani

Análise por marleneonthemove.com

"A fortune-teller told me" - Tiziano Terzani
Escrita Descritiva e Imersiva
Percepções Culturais
Viagem e Crescimento Pessoal
Sentido de Aventura e Exploração
Estilo de Escrita e Linguagem

Sumário


“Disse-me um adivinho”, de Tiziano Terzani, oferece uma viagem encantadora pelas paisagens e culturas místicas da Ásia, tecendo uma história absorvente de destino e intuição; a única pequena falha sentida foi a exploração de lugares nunca antes visitados pelo autor e o sentimento de descoberta e exploração que daí sai. No entanto, merece um 4,8 em 5 pela sua narrativa perspicaz e belamente trabalhada que transporta os leitores para o coração do fascinante continente asiático.

4.8

Literatura de Viagem: “Disse-me um adivinho”
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Marlene é a criadora do Marlene On The Move. Jornalista de profissão, criou o blog para partilhar as suas aventuras pelo Mundo. Não é raro partir à descoberta de novos países e culturas com a prancha de surf como bagagem.

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