El Salvador nem sempre está na lista de destinos de eleição de muitos viajantes, em grande parte pela fama que ganhou nas últimas décadas.
Durante anos, o mais pequeno país da América Latina era identificado com elevados níveis de criminalidade, gangues e tráfico de drogas. Mas isso está a mudar e neste artigo vou mostrar-lhe porque El Salvador pode bem ser a sua próxima grande viagem.
Ao contrário do que tinham sido os últimos destinos de viagem que fiz e que me puxaram para a Ásia, este ano quis mudar a bússola, ir para a América Latina, da qual conheço tão pouco. Para dizer a verdade, o único país para estas bandas que já tinha visitado até à data tinha sido a Nicarágua, numa altura em que se encontrava em quase guerra civil. Assim, e depois de muitas voltas, tendo o México sido outra opção, acabei por escolher El Salvador.
As notícias davam conta que a situação política estava estável, com um novo e jovem presidente a fazer fortes reformas e a declarar uma autêntica guerra contra os gangues e a criminalidade. O risco estaria reduzido?… mas quem estou eu a enganar: o risco nunca me parou! Aliás, parece que me alimenta. E lá comprei o bilhete, reservei estadia e carro, fiz o seguro de viagem e contei os dias para lá chegar.
Da pesquisa que fiz antes da viagem, El Salvador não parecia ter tanto assim para ver. Para quem é fã de trilhos e vulcões, o país promete. Mas eu ia mesmo pelas ondas e para visitar alguns pontos estratégicos no tempo que passava fora de água. Porém, El Salvador mostrou ser tanto, mas tanto mais!
Assim, deixo-lhe aqui o melhor que El Salvador tem para fazer. Todas estas actividades são especiais e, em conjunto, mostram o melhor do país, da sua cultura e, claro, deste povo extraordinário que só por si é mais do que motivo para uma viagem até lá.
Quando em El Salvador…
Explore a Ruta de Las Flores

Apresenta-se como um dos principais trajetos a fazer para quem quer experienciar a cultura de El Salvador, já que atravessa os pueblos mais típicos do país.
A rota começa em Nahuizalco e termina em Ahuachapán, ou vice-versa, dependendo de onde se está, e ganhou o nome de Ruta de Las Flores porque à medida que começamos a entrar na zona de montanha a natureza dá o ar de sua graça e a paisagem começa a florir. Claro que depende da altura do ano que vai. Se for fora da época das chuvas e nas meias estações terá mais hipóteses de ver a rota assim.
A rota liga no total seis municípios — Ahuachapán, Concepción de Ataco, Apaneca, Juayúa, Salcoatitán and Nahuizalco —, cada um deles destacando-se pela arquitetura colonial, artes e natureza.


Nesta viagem fiz questão de visitar Concepción de Ataco, passeando pelo mercado local a saborear as frutas e entrando nas várias lojas de artesanato que existem por aqui. Este é o sítio ideal para ir caso queira levar lembranças para casa.
Fiz igualmente uma paragem em Apaneca, que, de todos os municípios, é o que se encontra na maior altitude em relação ao mar.
Como está a viajar pela zona de montanha é natural que o tempo mude consideravelmente por aqui, em especial no inverno. Não deixe de consultar as previsões meteorológicas ou levar um agasalho.
Tome banho nas Cascatas de Tamanique

As cascatas de Tamanique são uma das principais atrações naturais, entre a capital San Salvador e a Surf City e não se pode perder uma ida até lá se for fã de trilhos e caminhadas.
O GPS vai conduzir até à vila de Tamanique e à entrada da estrada onde se inicia o percurso até às cascatas. Porém, não estranhe se logo ali for abordado pela polícia. É que para visitar as cascatas não o pode fazer sozinho, terá de ir na companhia de um guia local.
Tal presença é justificada pelo facto do caminho para as cascatas não ser óbvio (mais à frente teríamos essa confirmação), nem fácil de fazer em alguns pontos, mas também para haver um controlo dos visitantes e da preservação do espaço.
Assim, o primeiro ponto de paragem é no posto de turismo para fazer o registo e, claro, pagar a entrada. Nesta visita pagamos 10 dólares por pessoa.
A partir daí é nos atribuído um guia que nos conduz numa longa descida por trilhos repletos de pedra, madeira e vegetação durante cerca de 30 a 45 minutos (dependendo da agilidade e forma física) até atingirmos as cascatas.
No nosso caso foi o Pedro que nos acompanhou nesta aventura. Começou por trabalhar na agricultura, mas há alguns anos virou-se para esta profissão, chegando a fazer duas a três descidas (e subidas) por dia. E deixe-me dizer-lhe que é duro!
Chegados à zona da cascata existem duas opções: fazer a descida até ao sopé desta, mas uma vez lá o piso é bastante escorregadio; ou optar por ir até à parte superior, ideal para ir a banhos em segurança.
Importante é ter em mente que, para resistir à caminhada, é obrigatório levar pelo menos um litro de água e calçado apropriado para piso irregular.
Depois de nos refrescarmos na água fresca da cascata e da íngreme subida, a visita termina novamente junto do posto de turismo. No nosso caso, convidámos o Pedro para almoçar e ele levou-nos a um comedouro super típico (e barato!). Não nos foi pedido nada em troca no final, mas quisemos agradecer à mesma a sua simpatia.
Conheça o passado nos sítios arqueológicos

Quando falamos em cultura Maia logo pensamos no México… ou, pelo menos, eu penso. Mas a verdade é que este povo teve presença para lá das fronteiras mexicanas, havendo vestígios noutros países, como a Guatemala e El Salvador.
Neste último existem dois sítios arqueológicos incontornáveis se quiser conhecer melhor os antepassados maias: Tazumal e Joya de Ceren.
Tazumal é um dos lugares arqueológicos mais conhecidos de El Salvador, em grande parte porque apresenta um extraordinário templo Maia.
Ao chegarmos ao local somos recebidos por uma série de bancas de artesanato, atestando que este é um dos grandes pontos turísticos do país. Por isso, o ideal é que vá logo à abertura das portas para aproveitar o espaço com mais calma antes que cheguem as enchentes.
À entrada (o bilhete para estrangeiros tem um custo de 5 dólares) perguntam-nos se queremos fazer a visita guiada (sem custo extra), o que aceitei porque acredito que este tipo de visita faz mais sentido se tivermos alguém a explicar a sua história e todas as curiosidades.
O percurso passa primeiro pelo museu, onde aprendemos o passado daquele lugar e de quem ali viveu, seguindo depois para o exterior para conhecer melhor a imponente ruína. Ainda hoje Tazumal é palco de cerimónias maias, em especial nos dias em que se assinala o solstício e o equinócio.


Por indicação do nosso guia em Tazumal, que nos incentivou a ir ver “uma verdadeira aldeia Maia”, seguimos viagem para Joya de Ceren. Este local é Património Mundial da UNESCO e percebe-se bem o porquê. O sítio arqueológico está muito bem conservado e revela-nos uma aldeia Maia que ficou soterrada em várias camadas de matéria vulcânica após sucessivas erupções de vulcões.
Toda a aldeia e vida comunitária é explicada no museu, mas também pelo guia (igualmente a custo zero) que nos acompanha durante a visita às escavações.
Se preferir ir num tour, aqui ficam algumas sugestões:
Percorra o Lago de Coatepeque num jet ski

Com mais de 20 km2, o Lago de Coatepeque é o destino a ir se gosta de desportos de água ou para tomar uma refeição com vista para uma das maiores crateras vulcânicas do país.
Em redor do lago pode ver-se inúmeras propriedades da elite de El Salvador, algumas com cais privados para a água. Mas existem também muitos restaurantes que, para além de comida, têm infraestruturas que possibilitam uma ida a banhos.
O Lago de Coatepeque é muito extenso e numa das extremidades destaca-se uma ilha, que só conseguimos ter uma verdadeira noção do seu tamanho quando chegamos mais perto.
Apesar de haver a hipótese de visitar o lago de barco, a minha opção foi fazê-lo de mota de água. Pagámos 30 dólares por um aluguer de 30 minutos, o que não é propriamente barato, mas a experiência vale muito a pena.
Suba a um dos muitos vulcões em El Salvador

Como disse no início deste artigo, o meu grande foco nesta viagem foi o mar e as ondas, pelo que deixei para uma outra ocasião uma subida aos vulcões. Porém, não podia deixar de recomendar esta atividade, já que El Salvador tem 23 vulcões. Não é à toa que a bandeira do país apresenta montanhas no seu desenho.
Um dos vulcões mais visitados é o de Santa Ana, mas porque grande parte deles estão ativos e os trilhos não são sobejamente conhecidos, a minha sugestão é que faça um tour guiado para ter uma melhor experiência.
Aqui fica a sugestão de um tour:
Surfar na Surf City

Em 2022, El Salvador apresentou-se ao mundo como um destino de surf ao receber uma das etapas do campeonato mundial da modalidade. Na realidade, o presidente de El Salvador há muito que viu o potencial que este desporto tem para a economia do país e tem vindo a desenvolver infraestruturas para receber os surfistas-viajantes nos seus 321 km de costa.
Existem pelo menos 30 surf spots identificados, mas alguns já são bem conhecidos entre a comunidade surfística pela sua consistência e qualidade de ondas.
El Tunco é quase considerada como a capital da Surf City e, por tal, conta já com uma grande variedade de hotéis, restaurantes e bares nas imediações da praia. Ao lado, El Sunzal foi a minha praia de eleição e onde fiquei alojada, com o mar mesmo à porta.
Outras praias/ondas que não pode perder são Punta Roca (onde o mundial de surf tem lugar), El Zonte, Punta Mango, Mizata, K59, El Palmarcito ou Las Flores, onde fiquei durante a minha última semana de viagem a El Salvador.
Prove a comida de El Salvador

Claro que já me conhece e sabe que nenhuma viagem está completa sem um tour pelas iguarias locais! Faz parte, não é verdade? El Salvador não podia ser diferente.
O peixe e o marisco são parte das ementas servidas nos restaurantes em El Salvador, com principal destaque para os ceviches. Mas posso também dizer que os churrascos são muito bons, tendo comido em El Salvador das melhores carnes de sempre. O milho é sempre presença assídua, já que é um dos principais elementos da comida de El Salvador.
Mas se tivesse que indicar o prato nacional, ele seria Pupusas. Elas estão por toda a parte! Por onde quer que passemos vemos senhoras a moldar as tortilhas que serão enchidas com queijo, carne de porco, feijão frito e loroco, uma flor centro-americana.
Os salvadorenhos comem Pupusas a toda a hora, ao pequeno-almoço, almoço e jantar, por isso, não saia do país sem experimentar uma.
Quanto a restaurantes, há para todos os gostos, a maioria encontrados à beira da estrada, quer seja um típico comedouro ou um grande restaurante com arrumadores. Dependendo do que escolher, a refeição pode ir dos 3 aos 30 dólares.


Para alguém que acreditava que três semanas seriam demais para estar num país tão pequeno como El Salvador, saí com a sensação de que muito ainda ficou por ver.
Do que pude testemunhar, o país está ainda em desenvolvimento, fruto da sua ainda recente história democrática, e acredito que nos próximos anos muitas outras atrações e lugares vão surgir que permitirão tirar ainda mais partido de todo o potencial desta nação.
Guia completo de El Salvador
Se quer ficar com mais detalhes sobre os principais lugares e atividades para ver e fazer em El Salvador, bem como os principais spots para surfar, esteja atento pois muito em breve chega o Guia de Surf e Viagem de El Salvador.
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