Este artigo sobre a Ilha do Pico bem podia ser um relato sobre a minha subida àquela que é a maior montanha de Portugal. Mas apesar de ter sido esse o plano quando pisei aquela ilha dos Açores, essa foi a única atividade que acabei por não fazer. Mais abaixo explico a razão.
O facto é que, sem a subida ao cume do Pico, um leque de lugares a visitar se abriu, sendo sobre eles que lhe quero contar. Afinal, há muito para ver e fazer neste incrível destino português.
- A história da Ilha do Pico
- O que visitar na Ilha do Pico
- Visitar a Madalena do Pico
- Ir até ao Museu do Vinho da Ilha do Pico
- Passear pela Paisagem Protegida da Cultura da Vinha na Ilha do Pico
- Conhecer Lajes do Pico
- Ver baleias e golfinhos
- Visitar o Museu dos Baleeiros
- Subir a Montanha do Pico
- Outras notas de viagem
A história da Ilha do Pico
Para melhor compreender aquela que é a segunda maior ilha do arquipélago dos Açores, há que andar um pouco para trás e compreender a sua história.
A Ilha do Pico foi povoada no século XV, com a chegada dos primeiros portugueses à zona sul da ilha e dando origem ao primeiro concelho, a Lajes do Pico.
A instalação da população do Pico foi dura de início, uma vez que a ilha era selvagem e foi preciso um árduo trabalho para tornar as terras próprias para o cultivo. A agricultura e, principalmente, o cultivo de vinha, foi e ainda é uma das principais atividades económicas locais.
Também, no século XVIII, começam a chegar ao Pico os primeiros baleeiros, oriundos dos Estados Unidos, e, tal como em outras ilhas dos Açores, a população começa a enveredar por essa atividade piscatória, até a mesma ser extinta no final dos anos 1980.
Pelo caminho ainda ficam as histórias deixadas pelas erupções vulcânicas ocorridas também no século XVIII ou, no século XIX, pelos fungos que invadiram as vinhas e que levaram ao declínio desta atividade.
Hoje, é nas vinhas e dos vinhos que delas saem que a Ilha do Pico se dá a conhecer além-fronteiras. Isso, e pela sua beleza vulcânica que atrai turistas de toda a parte.
O que visitar na Ilha do Pico
Feitas as introduções, vou mostrar-lhe o que de melhor pode ver e fazer nesta ilha açoriana.
A minha estadia no Pico foi de apenas três dias, uma vez que esta paragem fez parte de uma viagem maior que também incluiu São Miguel, Corvo, Flores e São Jorge.
Mas deixe-me dizer-lhe que é suficiente para ver alguns dos principais pontos turísticos. Mesmo se tiver de guardar um dia para a subida ao Pico.
Visitar a Madalena do Pico
Começamos por onde chegamos. Pela Madalena. Esta é a principal localidade da ilha e é por lá que vai dar início à sua viagem pela ilha.
Virada para o Faial, é a partir da Madalena do Pico que tem – se o tempo o permitir – uma das mais fantásticas imagens sobre a Montanha do Pico.
Vá até ao centro histórico da Madalena para passear pelas ruas, apreciar a arquitetura dos edifícios e conhecer a emblemática Igreja de Santa Maria Madalena.
Outro ponto de atração são os ilhéus da Madalena, perto do porto da vila, e, um pouco mais ao lado, a zona balnear onde pode ir a banhos caso o tempo o permita.
Conhecida pela sua proximidade às zonas de cultivo de vinha na ilha, Madalena do Pico está inserida numa região vinícola classificada pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas nada como uma visita ao Museu do Vinho para ficar a conhecer melhor esta história.
Tours para fazer a partir da Madalena:
Ir até ao Museu do Vinho da Ilha do Pico
Ocupando a antiga Casa Conventual dos Carmelitas, o Museu do Vinho apresenta as memórias e as tecnologias associadas à produção de vinho no Pico, salientando o papel que esta atividade teve e tem para a ilha.
Essa história está retratada quer na exposição permanente, quer por um armazém de alambiques e por um antigo lagar.
Como não podia deixar de ser, o museu inclui ainda uma parte de vinha, observável a partir de uma estrutura em madeira vermelha.
Curiosa é a Mata de Dragoeiros que podemos também ver por aqui e que vem desde o tempo do antigo convento. Esta inclui elementos incríveis de dragoeiros, o mais antigo datando de quase mil anos.
Passear pela Paisagem Protegida da Cultura da Vinha na Ilha do Pico
Após visitar o Museu do Vinho, nada como ir ver com os seus próprios olhos uma das mais incríveis vinhas da ilha.
Na Criação Velha, uma das regiões vinícolas mais importantes do Pico, estão plantadas centenas de metros de vinha. Aqui podemos ter uma visão sobre a caraterística única deste tipo de plantação.
É incrível perceber como os pés de vinha crescem em condições tão ásperas, por entre pedras vulcânicas e ventos que trazem o sal do mar.
Não é à-toa que esta paisagem é considerada Património Mundial.
Uma visita ao Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, em Santa Luzia, no concelho de São Roque, pode ajudar a compreender melhor este lugar.
Mas, antes de ir embora, percorra o caminho entre as vinhas para apreciar de perto o Moinho do Frade, um dos mais fotogénicos da ilha, dado ao seu estado de conservação e ao contraste da sua cor vermelha com o cinza das vinhas.
Conhecer Lajes do Pico
Da Criação Velha parta para a Lajes do Pico. Como disse no início deste artigo, é a localidade mais antiga da ilha, já que foi o primeiro lugar a ser povoado.
A vila é muito bonita e é um belo sítio para passar umas horas ou até, quem sabe, alguns dias. Aproveite o seu tempo para ir até às piscinas naturais ou para passear junto ao mar.
Este chegou a ser o centro da atividade da pesca da baleia. Hoje é daqui que partem os barcos, mas para ir observar e estudar esse incrível animal.
Ver baleias e golfinhos
Sem dúvida que foi um dos pontos altos da minha visita à Ilha do Pico, mas vou deixar para outro artigo uma descrição em detalhe de como foi esta observação de baleias e golfinhos.
Por agora saiba que é em Lajes do Pico que encontra as melhores empresas para ir fazer esta atividade. Eu optei pelo Espaço Talassa e consegui ter a sorte de avistar ambos os animais. Não foi fácil (muitas vezes pode até não se chegar a ver baleias), mas a equipa foi incansável a ir ao encontro das baleias que andavam pela zona.
Este tour deu-me ainda direito a um bilhete de entrada no Museu dos Baleeiros.
Outras opções de tours:
Visitar o Museu dos Baleeiros
A poucos metros do Espaço Talassa está o Museu dos Baleeiros. Em conjunto com o Museu da Indústria da Baleeira, em São Roque do Pico, este núcleo museológico ocupa três casas de botes baleeiros datadas do século XIX e explica de que forma era feita a pesca dos gigantes dos mares.
Esta prática, condenada atualmente, marcou o passado das gentes do Pico e faz parte da sua história como povo resiliente, que fazia frente a todas as adversidades.
Das técnicas usadas, às ferramentas ou embarcações, uma visita a este museu é uma viagem no tempo.
Subir a Montanha do Pico
Por fim, não podia faltar nesta lista a subida à Montanha do Pico.
Como comecei por dizer neste artigo, esta foi uma atividade que não fiz. E a culpa foi inteiramente minha.
Quando comecei a planear a viagem aos Açores e a paragem na Ilha do Pico, uma subida ao cume estava definitivamente nos planos. De tal forma, que cheguei a comprar equipamento para a mesma.
Porém, cometi um erro que foi deixar a subida para o último dia de viagem. Nunca o façam.
É que quando chegou a hora estava com quase duas semanas de viagem em cima, km e km andados nas pernas e horas e horas dentro de água. Não me senti fisicamente com capacidade de fazer a subida e a isto ainda se juntou que, no dia que tinha reservado para isto, o tempo estava uma miséria. Acabei por desistir.
Apesar disso, não deixei de ir aos 1230 metros de altitude para visitar a Casa da Montanha, o ponto de partida para quem vai fazer a subida.
É aqui que se faz o controlo de visitantes e se pagam as taxas. Mas é também um local ótimo para beber um café e trocar dois dedos de conversa com quem vai ou chega da expedição.
Caso queira fazer a subida do Pico, saiba que existem três pontos de alcance (cada um com o seu valor quando for pagar a entrada): a Furna Abrigo, a pouca distância da Casa da Montanha, mas que já dá para ter um gostinho desta aventura; a Cratera do Pico, a 2250 metros de altitude; e o Piquinho, a última etapa de uma longa subida, que, a 2351 metros, representa o ponto mais alto de Portugal.
Pode ainda ter a experiência completa e dormir na cratera do Pico. Caso o clima o permita, é uma experiência única e certamente vai proporcionar-lhe um nascer do dia como nenhum outro.
Se ainda tiver tempo…
Se tiver mais dias para gastar na sua viagem à Ilha do Pico, existem outros lugares que pode conhecer. Tome nota!
- Gruta das Torres, o maior túnel lávico de Portugal;
- Furna do Frei Matias;
- Lagoas do Planalto da Achada: Capitão, Caiado, Seca, do Paúl, da Rosada e do Peixinho;
- Parque Florestal da Prainha do Norte;
- Casa dos Vulcões.
Outras notas de viagem
Quando visitar a Ilha do Pico
Entre junho e setembro é a melhor altura para fazer uma viagem à Ilha do Pico. Apesar de serem os meses mais movimentados, são aqueles em que pode apanhar melhor tempo. Embora que no Pico há sempre dias mais cinzentos. É também na altura do verão que acontecem as principais festas locais, o que pode ainda enriquecer mais a sua viagem em termos de cultura local.
Como chegar
Pode chegar ao Pico de avião, através da SATA, com partida de Lisboa ou com origem em São Miguel, ou na Terceira. Pode também chegar de ferry, usando a Atlântico Line, com partida do Faial, de São Jorge, da Terceira ou da Graciosa.
Onde dormir
Na minha estadia no Pico fiquei alojada na Aldeia da Fonte, em Lajes do Pico, e movimentei-me de carro pela ilha.
Este nature hotel é composto por uma série de casinhas rústicas inseridas numa encosta e com jardins muito bonitos. A piscina tem vista para o mar e pode até visitar uma pequena vigia de baleias e golfinhos.
Também fiquei uma noite nos Apartamentos Basalto, em Madalena do Pico, porque cheguei bastante tarde à ilha e precisei de ficar perto de onde ia buscar o carro na manhã seguinte. O apartamento era bastante espaçoso, moderno e limpo e é uma ótima opção caso queira ficar pela zona oeste da ilha.
Onde comer
Existem vários bons restaurantes para experimentar no Pico, mas estes são aqueles que me encheram as medidas e que acho que vale a pena ir experimentar.
Magma
O Magma, em Santo Amaro, no concelho de São Roque do Pico, é um dos restaurantes incontornáveis da ilha. Pela sua decoração, pela vista, passando pelo atendimento, a carta de vinhos e, claro, alguns dos pratos que chegam à mesa.
Ancoradouro
Se procura peixe ou marisco local e andar pela Madalena, o sítio a ir é o Ancoradouro. Porque este é um dos restaurantes mais procurados da região, é bem normal que esteja sempre cheio. Por isso, vá cedo ou tente reservar.
Fonte Cuisine
Incluo nesta lista o restaurante da Aldeia da Fonte, hotel onde fiquei em Lajes do Pico, porque é também ótimo. Mesmo que não fique lá alojado, vale a pena ir até ao Fonte Cuisine, hoje mais dedicado à cozinha de autor.
Cella Bar
Outro lugar incontornável na Ilha do Pico: o Cella Bar.
Apesar de também funcionarem com uma ementa onde se incluem alguns pratos de carne e peixe, o Cella Bar é o local ideal para beber um vinho enquanto experimenta os queijos e enchidos locais, enquanto vê um incrível pôr do sol.
Já para não falar que a arquitetura do edifício é extraordinária e já se tornou num símbolo da ilha.
Como pode ver, numa viagem até à Ilha do Pico tem um pouco de tudo. Paisagens extraordinárias, onde o vulcânico cruza-se com o verde. Vida marítima que nos emociona e altitudes que nos desafiam. Temos tradições passadas e presentes e vinhos que chegam à mesa para despertar o paladar.
É definitivamente um destino a voltar. Até porque ficou a faltar-me a subida ao Pico!
Agora, você! O que achou deste artigo? Ficou com curiosidade de visitar a Ilha do Pico? Comente na caixa de comentários abaixo. Vamos falar!
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